Downton Abbey é uma delícia de seriado. Meio novelão, meio Jane Austen. E por isso mesmo com todos os sabores e temperos que uma boa trama de época bem inglesa pode oferecer.
Poderíamos passar horas e horas debatendo cada detalhe, cada olhar, suspiros e movimentos que acontecem naquela mansão. Aliás como as palavras são escassas e seus significados intensos! As intenções e os propósitos de cada personagem ficam explícitos em meros olhares. Como é interessante imaginar como os desaforos não eram falados, nem gritados, mas expressados em pequenos gestos e olhares certeiros.
A irmã mais velha acabando com o futuro da irmã do meio em apenas duas ou três frases, depois dessa ter destruído sua honra por capricho e inveja. Acompanhamos grandes sentimentos, atitudes que colocam em risco uma vida, sendo encenados num ambiente ricamente detalhado na Inglaterra do início do século XX. Um prato cheio.
E por falar em prato cheio, como não se encantar com a criadagem, com quem certamente até nos identificamos mais? A jovem datilógrafa, que esconde sua máquina como se estivesse cometendo um pecado! A querida cozinheira ranzinza, que decide o que todos vão comer, dos nobres aos cachorros da casa. Até seu ensopado, que só é servido aos criados, parece delicioso.
Mrs. Patmore
Os pratos são ricos, meio franceses. Mas o que mais encanta são os pequenos sanduíches, os biscoitinhos e uma sorte de guloseimas que enfeitam a hora do chá das damas.
Inspirada nesses doces momentos, em que as mulheres maduras se encontram para definir a vida das mais novas, se elas vão a Londres, se vão ou não conseguir se casar e toda sorte de aparente futilidade, é que fui buscar algum livro de receitas sobre a série. E, claro, encontrei!
A historiadora culinária Pamela Foster alimenta um blog com receitas inspiradas em Downton Abbey. Pamela vive no Canadá, é autora do livro Abbey Cooks Entertain e publica receitas de Afternoon Tea (um vídeo para a TV aqui).
E, como não resisto a essas questões históricas, Pamela explica que essa moda de tomar chá começou com Catarina de Bragança, de Portugal, que se casou com Charles 2º em 1662, e popularizou esse costume pela Europa. Foram quase 200 anos para que Anne, uma dama da corte da rainha Vitória, tivesse a brilhante ideia de comer bolo com chá entre o almoço e o jantar. Esse costume foi se aprimorando até chegar nos banquetes que são servidos hoje.
Todos param para o chá
E a vida real, caso você estiver passando por Londres...
No May Fair Hotel é assim...
Um comentário:
This is cool!
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